sexta-feira, 28 de agosto de 2009

CRIANÇA NÃO É CACHORRO

CRIANÇA NÃO É CACHORRO
Autor: Dr. José Ricardo Henz, veterinário, Fortaleza - Ceará
É comum as pessoas que possuem animais de estimação, e os tratam com carinho, serem constrangidas com críticas muitas vezes agressivas.
Os donos de bicho, por exemplo, recebem a sugestão de trocar o animal por uma criança pobre.
Quem diz isso pode estar pensando que defende os interesses das crianças carentes, mas na verdade está apenas comparando crianças a cães e gatos.
Compreender as verdadeiras razões da pobreza e do abandono das nossas crianças é complicado.
Fica mais fácil culpar os animais, que não podem defender-se.
Como se ao deixar um cão de estimação morrer de uma virose as crianças passassem a comer melhor.
O problema do menor abandonado tem vários culpados.
As causas primárias são estruturais e não podem ser mudadas por meio de boas intenções ou decretos.
Investimentos em saúde e educação são relegados para segundo plano.
A má distribuição de renda gera a opulência num extremo e a miséria noutro.
O planejamento familiar enfrenta resistência religiosa e de setores ditos nacionalistas, além da indiferença do governo.
O Estado negligencia suas obrigações com o bem-estar social, desviando recursos da educação, saúde, moradia e saneamento básico para investir em mineração, siderurgia, telecomunicações, energia e no sistema financeiro.
Os menores de rua muitas vezes são fugitivos da violência doméstica gerada por pais ou padrastos
alcoólatras. Aí está uma longa relação de culpados de duas pernas pela situação das crianças pobres.
Mas há pessoas que entendem que uma criança pobre e um cão têm a mesma necessidade afetiva, revelando sua ignorância, alienação ou má-fé e desprezo pela criança carente a quem dizem defender.
Muitos podem ter condições financeiras para adotar uma criança, mas são incapazes de prover suas necessidadesafetivas e segurança emocional.
A maioria dos que adotam um animal visa preencher um vazio em sua vida.
Pessoas idosas, muitas vezes marginalizadas pelas próprias famílias, têm no animalzinho de estimação talvez sua única razão para continuar vivendo.
Há inúmeros registros de gente que superou a depressão graças ao convívio com animais de estimação.
O contato com eles tem sido preconizado como um excelente auxiliar no tratamento de autistas.
Finalmente, não são apenas as dondocas que freqüentam as clínicas veterinárias.
Pessoas humildes passam apertado para levar ao seu bichinho o atendimento médico.
O respeito, o afeto e o cuidado com os animais não eliminam a necessidade de atenção para com o ser humano.
Pelo contrário, aprimoram e complementam a capacidade de nos relacionar com os semelhantes.

Um comentário:

  1. É um absurdo ouvirmos esse tipo de comentário de seres racionais... Um animal de estimação trás tantos benefícios a crianças, idosos e mm a idivíduos com necessidades especiais, que se todos tivessem a consciencia disso começariam a pensar de formas diferentes e não fariam esse tipo de comentário... Um animal de estimação dá trabalho??? LÓGICO que sim, mas a partir do momento que vc se propoe a "adotar" um animalzinho trate-o de maneira descente, caso contrário não o faça... mas mm assim vc pode ajudar: existem N ONGs ou entidades que necessitam que verbas para continuarem os seus projetos, desta maneira vc tb pode ajudar... Todos nós somos capazes de fazer um mundo melhor... VC PODE COMEÇAR HJ MM !!! Um super abraço a todos e tenham um super diaaaa!!!

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